PREÇOS AUMENTAM EM MÉDIA 7% NO INFORMAL E 2% NO FORMAL
A desvalorização cambial era apontada como a principal causa dos aumentos, mas, apesar da estabilização que se verifica já há dois meses, os preços registaram subidas até 30%.
Por outro lado, no mesmo espaço de tempo, alguns preços reduziram até 40%.
A caixa de peixe carapau voltou a subir.
Os preços de alguns dos principais produtos da cesta básica aumentaram em média 7% nos mercados informais e 2% nos formais, entre os dias 21 de Agosto e 25 de Setembro, registando-se também uma diminuição no preço de alguns bens alimentares, como o saco de arroz, a farinha de trigo e a fuba de bombó, constatou o Expansão após uma ronda na cidade de Luanda, esta segunda-feira, 25.
O aumento dos preços tem sido verificado há alguns meses e acompanha a desvalorização da moeda nacional.
No entanto, faz dois meses que se verifica uma certa estabilidade na variação cambial, o que causou também uma expectativa de estagnação nos preços dos produtos alimentares, que não se verificou, uma vez que estamos ainda perante um cenário de aumento de preços.
O director do Centro de Investigação Económica da Universidade Lusíada de Angola (CINVESTEC), Heitor Carvalho, argumenta que os stocks antigos foram mantendo os preços um pouco mais baixos em alguns produtos e noutros o medo da continuação da desvalorização cambial fê-los subir demais e agora estão a corrigir os exageros.
Heitor Carvalho acredita que haverá uma correcção geral em baixa (mas ligeira) quando os operadores procurarem baixar as margens para aumentar as quantidades.
O levantamento dos preços pelo Expansão foi feito com base em 18 produtos colhidos no mercado informal (Asa Branca e Catinton) e 15 no mercado formal, nomeadamente Kero, Candando e Maxi. A selecção teve como base os alimentos mais consumidos pelas famílias angolanas e foi apurado um preço médio.
Desde a última recolha feita no mercado informal, a 21 de Agosto, apesar dos aumentos verificados nos preços de alguns produtos, como o açúcar, feijão, óleo, peixe e a caixa de coxa de frango, que são os que verificaram as maiores variações, existem alguns que se mantiveram estagnados, como o sal e a farinha musseque. No outro extremo, produtos como a fuba de bombó, e o arroz ficaram mais baratos.
É importante ressaltar que a caixa de peixe carapau, que no último levantamento registou uma redução de 23%, voltou a subir 13% para os 35.000 kz.
Já no mercado formal, nos produtos seleccionados, verificaram-se aumentos em 50% dos produtos.
À semelhança do mercado informal, o cenário foi misto também com preços que baixaram até 29% e outros mantiveram-se inalterados.
Cálculos do Expansão indicam que desde 11 de Maio e finais de Julho, o kwanza caiu 38,4% face ao dólar e verificou-se também a subida do preço da gasolina (a 2 de Junho).
Ainda assim, segundo as nossas contas, com base no índice de preços do INE, os preços ao consumidor a nível nacional apenas aumentaram 3% entre Maio e Julho, quando há casos de bens básicos que duplicaram e até triplicaram de preço no mesmo período
Por:Teresa Gando