ENTREVISTA : MAKUTA NKONDO, DEPUTADO REFORMADO

Antigo deputado diz que queria abandonar a política, mas vozes da sua aldeia natal, na província
do Zaire, o impelem a continuar. Augusto Pedro Makuta Nkondo aponta que está por enquanto
“acantonado”, mas esperançado a entrar novamente em cena nos próximos eventos eleitorais, com 2027 à vista. Sobre a gestão do país, o político defende que o Presidente João Lourenço deve ouvir e, sobretudo, “ouvir mais os mais velhos”
O que faz um jornalista e político reformado depois da passagem
pela Assembleia Nacional?
A pergunta é mesmo pertinente! Praticamente só temos as nossas pequenas actividades particulares. Atender a família em casa, digo, mulher, filhos, netos e bisnetos, brincar com eles. Resolver problemas
tradicionais da família, como ontem (nesta terça-feira, 19) em que todo o dia estava preocupado com o funeral, aliás (também já me corrigiram) enterro do filho de seis ou sete anos do meu primo. Além disso, assisto televisão, leio o whatsapp, as redes sociais. Portanto, posso dizer que estamos

acantonados. É esse o termo!
Identifica diferença entre funeral
e enterro?
O povo não tem funeral, o povotem enterro. Funeral é para grandes personalidades como ministros, deputados… (risos).
Estar acantonado significa que já não quer nada com a política, é isso?
Não abandono a política. Queria, mas é muito estranho, até na minha própria aldeia os mais velhos pedem para não abandonar a política.
Dizem que não entendem como é que não fui reeleito deputado,porque afirmam que quem sempre os defendeu sou eu e quem lhes defende até hoje sou eu. Por isso eles não concordam que abandone a política. Eu tenho que continuar
e veremos o que vai acontecer nas próximas eleições. Agora surge a seguinte pergunta: não abandonar a política e voltar a candidatar-me a deputado em que partido? Essa é a grande questão que coloco a mim mesmo.
E qual seria a sua resposta? Convites para integrar listas recebo. Vários convites. Um deles é do meu
próprio amigo Abel Chivukuvuku apesar de estar zangado comigo.
Chivukuvuku zangado consigo?
Dizem que foi ele que me ‘puxou’ (convidou) para integrar a CASA-CE e ser eleito deputado. Sai da CASACE para o PODEMOS, não pegou, e não lhe segui. Vai para o PRA- JÁ, também não o segui. Pior ainda, nas eleições passadas, quando estavam a elaborar a lista de pré-candidatos
para a Frente Patriótica Unida (FPU) me chamou e insistiu para candidatar-me e recusei. Então ele não
gostou. Tem algum motivo especial que o levou a recusar integrar a lista da FPU?
É um motivo que tenho no fundo do coração que não vou revelar agora.
Mas aceitaria um convite da UNITA que já representou no Parlamento?
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