As sugestões vão no sentido de ser necessário repensar o
sector das pescas para se evitar que as nossas
águas marinhas fiquem
sem peixe
EDITORIAL PUNGO NDONGO
O mar já foi muito mais produtivo e generoso do que nos nossos dias. O peixe está a escassear e quem sabe diz que o esforço de pesca desregrada está na origem da redução da biomassa na nossa costa.
Se antes a poucas milhas se podia apanhar peixe graúdo, o mesmo já não acontece agora, já que até a cabuenha está a minguar.
Barcos arrastões de grande porte estão na origem desta situação a que urge pôr cobro.
As sugestões vão no sentido de ser necessário repensar o sector das pescas para se evitar que as nossas águas marinhas fiquem sem peixe, e que as gerações vindouras possam continuar a usufruir desta riqueza natural que, afinal, pode acabar se não se tomarem medidas certas contra quem cá chega e pesca folgadamente como quer, muitas vezes com
a conivência de angolanos bem posicionados na hierarquia política e governativa.

necessário repensar o sector das pescas para se evitar que as nossas águas marinhas fiquem sem peixe
Tem de se acabar com o trespasse de licenças que levam as frotas estrangeiras de chineses, russos ou espanhóis a pescar desregradamente e nada deixam para as nossas mesas. Aliás, é constrangedor saber que para além dos arrastões que estão a destruir zonas de reprodução de peixe, navios
estrangeiros há entre a zona do Buraco e a Barra do Cuanza que estão também a secar o peixe, embalando-o em alto mar, não se sabendo ao certo para onde destinam os enormes fardos desse alimento, aventandose que estejam a exportá-los para outros mercados fora de Angola.
Onde se pretende chegar com essa desordem? Cabe ao Ministério das Pescas e Recursos Marinhos dar uma resposta aos angolanos, já que, os serviços de fiscalização não se fazem sentir, imperando apenas o ‘deixa andar’. Mas o alerta está ai: Estamos a ficar sem peixe, tal como aconteceu com Marrocos que teve de travar o excesso de pesca de barcos da extinta Comunidade
Económica Europeia que estavam a levar tudo, empobrecendo o mar. É preciso actuar
também porque há máfia no alto mar!
