MAPUTO – A polícia reprimiu protestos violentos em Moçambique na sexta-feira, enquanto apoiantes da oposição saíam às ruas para criticar os resultados das eleições locais no início deste mês, que dizem ter sido fraudulentas.
Nove civis e um agente da polícia ficaram feridos em protestos na cidade de Nampula na sexta-feira, disse um porta-voz da polícia aos jornalistas. A polícia prendeu 70 pessoas, incluindo 60 em Nampula e outras na capital Maputo, Nacala e Quelimane, disse ele.
O Centro de Integridade Pública de Moçambique, uma entidade independente sem fins lucrativos, disse que um jovem foi confirmado como morto em Nacala e duas pessoas foram baleadas pela polícia em Nampula. Um agente da polícia também foi morto por turbas em Nampula, afirmou.
“A polícia de Moçambique foi obrigada a sair às ruas em todo o país e a usar a força para reprimir protestos violentos”, disse o porta-voz da polícia, Orlando Mudumane, num comunicado.
“A polícia, nos termos da lei, usará todos os meios disponíveis e proporcionais para reprimir a violência”, disse ele. Ele não respondeu perguntas nem mencionou nenhuma morte.
As manifestações começaram pouco depois das eleições municipais de 11 de Outubro, à medida que os resultados surgiam. O partido no poder, FRELIMO, foi declarado vencedor em 64 dos 65 municípios e negou fraude.
O principal partido da oposição, a RENAMO, disse que iria ao Tribunal Constitucional para contestar os resultados.
“A polícia em Moçambique usa regularmente força excessiva e desnecessária para matar, ferir e deter manifestantes”, disse o grupo de direitos humanos Amnistia Internacional num comunicado na semana passada.
A Amnistia afirmou ter documentado o uso de munições reais contra os manifestantes e apelou a uma investigação sobre a morte de um rapaz de 16 anos durante manifestações anteriores no município de Chiure.
IN REUTERS
